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CONCEPÇÃO DE ESCOLA, DE CRIANÇA E PEDAGÓGICA 

          Acreditamos em uma concepção pedagógica pautada no princípio da “Educação para todos”, onde entendemos que o direito à educação de qualidade é dever do educador e da família enquanto mais próximo do educando e do poder público para suprir as necessidades estruturais educacionais (humana e física). 
          Buscando explicitar um pouquinho mais o primeiro parágrafo, onde colocamos a criança no centro do ato educativo, salientamos que ao definir o dever do educador e da família, não imprimimos o “dever” como algo com o fim em si mesmo. Mas um “dever” que é merecedor de buscas para a sua qualificação, uma construção coletiva e, que no caso, ocorre dentro do espaço escolar. 
          Como diz Paulo Freire: “escola não é só prédio, escola é gente”. Gente que

sente, gente que faz, gente que participa e que acontece, desde a mais tenra idade.

Uma escola que respeita a infância, seus profissionais e sua comunidade.
     Visando uma educação de qualidade, com o empenho de muitos atores (crianças,

profissionais da educação e comunidade),

nossa unidade escolar caminha a largos passos buscando se aprofundar e qualificar

seu trabalho, considerando os seguintes eixos: gestão

democrática, acesso/permanência e sucesso e práticas pedagógicas. 

         Quando falamos numa escola construída por muitas mãos, falamos também de uma escola constituída a partir de muitas histórias, onde as pessoas, cada qual com sua história, tem um papel fundamental para se criar um enredo de educação de qualidade. O pensar educação não pode ficar centrado em uma única forma de ver as coisas ou o mundo. Mas também não pode ocorrer de forma desenfreada, sem rumo...
          Para isso, abre-se um espaço de discussão e participação de todos, buscando uma unicidade, através de atos reflexivos. Onde o bem comum é mais importante do que o bem individual. Consideramos que isso não é tarefa fácil, mas sim necessária para o exercício democrático, não só no espaço escolar, mas na vida. 

        Como a escola é uma construção histórica e somos frutos dessa construção, são muitos os desafios que encontramos para pensar essa nova escola. Mas também acreditamos que somos pessoas que não passa por essa história sem deixar marcas, por isso, assumimos que estamos fazendo história.

        Na proposta escolar vislumbramos que a democracia precisa permear todas as relações humanas. Criar espaços de escuta e participação efetiva é fundamental para que as pessoas construam história. Nesse sentido, os canais entre escola e comunidade precisam estar abertos, assim como os canais entre a equipe escolar e principalmente entre os educadores e as crianças no cotidiano escolar. As nossas crianças também têm muito o que falar e o que contribuir, já que partimos do princípio que são crianças providas de capacidades, pensamentos e potencialidades. Ao compreender a capacidade das crianças de ser pensante, de participar, de avaliar, de contribuir, a equipe escolar, principalmente o professor, passa a ter outro olhar para essas possibilidades e começa a inclui-las no debate e na tomada de decisões, respeitando o ponto de vista das crianças. Numa relação mais horizontal e respeitosa.

         Consideramos ainda que a escola é um espaço de convivência das diferenças, isso num sentido amplo de grupos ou num sentido de singularidades individuais. 
Ao pensarmos num sentido amplo, seja de formação de famílias, de cultura, de religiosidade, de etnia ou social, os educadores, precisam pensar ações (de acolhida e de práticas) que englobem a todos. Aqui o educador assume um papel fundamental de desprender-se de qualquer julgamento preconcebido ou de ideologias pessoais, buscando numa construção coletiva, caminhos para trabalhar com a diversidade. A diversidade entendida como a riqueza do conhecimento. 
                                                                                 Uma escola acolhedora das diferenças! Uma escola humanizadora! Que a diferença                                                                              é condição de trabalho e não um empecilho! Uma escola de direitos igualitários! Uma                                                                               escola de respeito e valorização das diferenças!
                                                                               Nesse sentido temos também um olhar especial para as singularidades. Uma criança                                                                              não é igual a outra em nenhum sentido, seja psíquico, emocional, afetivo, cognitivo.                                                                                  Cada ser corresponde de uma forma as condições de vida a qual faz parte. Ao                                                                                            pensarmos em uma educação inclusiva (para todos), onde as crianças precisam ser                                                                                  atendidas em suas singularidades e especificidades, nos cabe debruçar cada vez mais                                                                               sobre como qualificar o trabalho onde as crianças possam construir uma identidade                                                                                 positiva de si e do seu coletivo. 


         A nossa U.E atende crianças de 3 a 6 anos de idade. Estamos em discussão de quebra de paradigmas, onde passamos a ver a escola como um espaço da infância, onde as propostas estejam pautadas em uma pedagogia de participação e visando o desenvolvimento integral da criança. Não mais em áreas de conhecimentos, mas nas experiências que as crianças vivenciam nas propostas caracterizadas pelas diversas linguagens. 
         Os educadores da infância, por atender crianças pequenas, têm como função dois atos indissociáveis: cuidar e educar. À medida que os adultos cuidam também educam.

          Ao abordar o cuidar e educar na escola da infância também tem que evidenciar a necessidade de o professor estabelecer com suas crianças um vínculo afetivo de confiança, onde nas ações do dia-a-dia dá demonstrações de que suas relações são embasadas no respeito mútuo. Um professor mediador.  Um educador disposto a ouvir e a compartilhar com sua turma as suas decisões e avaliações. Um educador que é a referência e segurança para suas crianças.

       Atualmente o fazer pedagógico é organizado em projetos, atividades sequenciadas, atividades independentes e atividades permanentes, sempre de forma significativa e desafiadora, possibilitando a construção de novos saberes tanto para as crianças como para a equipe docente.
        Os projetos são bem presentes na rotina escolar, onde buscamos cada vez mais aprofundar a elaboração deles a partir dos interesses das crianças, assim como suas contribuições na elaboração e avaliações.
      Em relação à pedagogia participativa, o professor traz para a sua prática formas

onde as crianças possam expor suas ideias, onde possam avaliar as suas ações e

as ações da escola, onde possam ajudar a planejar e sejam atuantes. 
      Os espaços da escola da infância é um espaço onde as crianças são vistas

como pensantes e atuantes, por isso a sua organização pedagógica tem que contemplar

essa visão, assim como a organização do espaço físico também. 
          A ludicidade, a interação e o brincar precisam permear as propostas pedagógicas,

já que vem ao encontro dos interesses da infância. Sendo assim, possibilitam

um maior envolvimento por parte dos educandos e propiciam a aprendizagem

significativa.
         Quando a ludicidade permeia as propostas, as crianças são envoltas em um jogo que permite com que se entreguem ao enredo, a sua participação se torna mais efetiva, seja qual for a atividade, as crianças se sentem desafiadas a participar. Exemplo, ao ler uma história com todo o entusiasmo e entrega, encenado com expressões faciais e tons vocais, o professor cria um aspecto lúdico, que envolve a criança em sua ação. A ação envolvente traz aprendizagens significativas. A ação de professor é preenchida de sentido para a criança.
         Consideramos ainda que o “brincar” propicia aprendizagens e a criança tem o direito de “Brincar”, sendo que a escola precisa garantir que esses momentos ocorram de forma sistemática e intencional, seja nas brincadeiras tradicionais ou nas brincadeiras simbólicas. O brincar envolve o fantasiar, simbolizar, descobrir, interagir, falar, escutar, questionar, o conhecimento de si mesmo e do outro, assim como ampliação de conhecimento de mundo.
                                                                 Um aspecto importante e que precisa ser muito considerado na proposta que respeita a                                                                           infância é a interação entre os indivíduos, nessa interação que nos constituímos enquanto                                                                     seres humanos. A criança é um ser social e aprende através da interação, por isso, o brincar                                                                    e outros momentos de interação são fundamentais para o seu desenvolvimento.
                                                                 A interação está presente nas diversas relações estabelecidas no cotidiano escolar, criança-                                                                criança, criança-adulto, adulto-adulto. As situações de interações ocorrem das mais diversas                                                                   formas, seja informal ou planejada. Entre as planejadas: os momentos de brincadeiras,                                                                            organização das atividades em pequenos grupos e no coletivo. Também consideramos as                                                                interações entre as crianças da própria turma, entre as turmas diversas e entre as faixas etárias, assim como a interação com os diversos adultos que compõe a escola.
Respeito às diferenças e valorização do ambiente heterogêneo são fundamentais para criar situações de trocas de conhecimentos e experiências entre as crianças, por isso, em situações de interações, o professor precisa de um “olhar atento”, intervindo sempre que necessário e observando a necessidade de seu agrupamento.
O espaço da escola é organizado dentro da concepção pedagógica que acredita na capacidade da criança de estar e interagir com o meio, estando as suas produções, os materiais e os brinquedos ao seu alcance. Assim como os espaços são povoados por marcas produzidas por elas demonstrando toda a sua participação no fazer pedagógico da escola e possibilitando a troca de saberes entre seus pares.
     Segundo o dicionário, criança é: um ser de pouca idade. Entretanto, acreditamos que criança é um ser em desenvolvimento, constituída de capacidades, que traz consigo muitos saberes e experiências.
           A criança é pensante e possui sentimentos, ideias, emoções, sensibilidades e vontades que precisam ser compartilhadas com seu educador e seus colegas para seu pleno desenvolvimento.
           Para que isso aconteça é necessário então, que ela encontre um espaço de respeito, cuidados e situações que propiciem aprendizagens efetivas.
       Para que o desenvolvimento da criança seja integral, acreditamos ainda que a parceria entre escola e família é de fundamental importância, pois a escola e a família precisam falar a mesma linguagem em relação a educar e cuidar da criança. 
           Todos os esforços são necessários para se fazer uma educação para todos. Por isso acreditamos que o envolvimento real dos gestores, professores, apoio e comunidade só se dão através da gestão democrática, onde todos os membros dessa equipe são importantes e possuem especificidades indispensáveis.

Fonte: Projeto Político Pedagógico 2017

Emeb Padre José Maurício

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